sexta-feira, 29 de abril de 2011

Em Brasília, noite supimpa no Cacahuá

 Por Cris Lopes

Ainda estou em Brasília e curtindo tudo. Filhos, amigos, a cidade, os lugares gostosos de frequentar-se. Está tudo bom demais. Tive encontros incríveis. Ontem passei um dia maravilhoso com a amiga Iara e sua família. Conversamos tanto que não percebemos as horas passarem e já estou com saudade da amiga querida. Iarinha, guardarei aquele presente até o fim dos meus dias.
Com Eliane do Cacahuá
                                                     
Mas não é sobre isso que quero falar. Muito bom mesmo foi o encontro com parte da turma do Café e Veneno e do Café Conversa. Clara, na maior gentileza veio com a representante de Minas Gerais, a linda Márcia, me buscar no hotel. Curti as duas de cara. Fomos para um dos escritórios da turma, o já famoso Cacahua.

Com Kátia, Clara e Ricardo
                                                 
Logo depois chegou o verdadeiro gentleman, o Kassatti, aquele do café. Veio elegantemente vestido e esbanjando simpatia. A linda Kátia Maia também me presenteou com sua presença adorável e logo depois, chegou a Ruth. Gente, essa é o docinho que eu imaginava. Eita pessoa do bem!

Com Ruth Simões e Kátia
                                                
Jantamos. Eu comi um bacalhau dos deuses e cai na mousse de chocolate diet. Os outros foram direto ao carro chefe da casa, quiches de cogumelos. Se não me engano, Ruth comeu doce, mas não me lembro qual.
Falei em doce? A dona do Cacahua é um doce de pessoa e muito linda. Faz um belo par com o marido.
A noite foi supimpa e, quando voltar a Brasília, repetirei a dose com essa turma de gente inteligente, simpática e, o melhor, bem humorada.

Aos amigos que não puderam comparecer, pois cobrir o Congresso numa quarta-feira não é coisa simples, deixo meu beijo e a promessa de um encontro ainda neste ano. Ah, gente como o mundo é pequeno. Não é que a minha amiga Dione e Ruth Simões se conhecem muito? Olha Ruth, a Di retribui seu beijo, viu?

Estou cheia de compromissos, não terei tempo para ver todos os amigos, mas ao encontro de blogueiros não podia faltar. Memélia querida, quem sabe a gente não se encontra no Rio? Se não der, fica para a próxima.

Agora preciso sair, vou me encontrar com a outra turma, a do Suco de Bode. Lá estarão filhos e netos e sei que a tarde será por ali, no restaurante de sempre na W3 Norte. Suco de Bode é apelido que nós demos. Na verdade vamos reunir a turma no Carne de Sol, aonde o amigo Anísio levará carne de bode para comermos. Tudo limpo e preparado por ele, que é bom demais nesse negócio de cozinha. Aproveitarei para ver o mano Ghi e matar saudades.
                                            
Passou um vendedor de panos de prato e presenteei as meninas
                                                               
Turma dos cafés, dedico o post a vocês. Baduzim, sua aparição relâmpago valeu muito. Tomara que a gente se encontre com mais calma, quem sabe para um chopinho com roda de samba? Você, Badu, é mais baiano do que eu. Goibaiano, como sou candangobaianioca.
Penha, não tinha roupa na corda no dia do encontro?
Scartezini, não vamos nos ver desta vez, mas fica meu abraço e beijo grande para todos da família, sem esquecer dona Levita.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Páscoa de encontros e reencontros ...

Por Clara Favilla

Eu e amiga Memélia temos muitos pontos em comum e um deles é o afeto pelos nossos ex-maridos e respectivas esposas. Esse domingo de Páscoa foi mesmo abençoado para mim que, até bem pouco tempo, vivia enclausurada, protegida por amizades antigas e confortáveis paredes familiares.

Neusa e Memélia em vermelho
Depois do almoço de Páscoa, em família, e uma passada na Feira da Torre de TV para comprar uma pequena fonte a abajur para o quarto da netinha recém-nascida, Luísa, Memélia me apresentou Neusa Cavalcante que, segundo ela, ajudou na criação de suas filhas Cristina e Helena. Era já fim de tarde, e nos encontramos no Café Fellini 

Neusa é arquiteta, escritora.  professora da Universidade de Brasília, filha de mãe judia polonesa e comunista, e de pai  nordestino sertanejo, também comunista. Os dois já falecidos.O codinome do pai, Ferro, está citado em livro de Graciliano Ramos. Já morou no Rio, na Bahia, Canadá e Inglaterra. Conheceu Moscou e Leningrado em 1982, o suficiente para escrever para mãe horrorizada com o "paraíso" encontrado.

Fico sabendo quase de imediato que os caminhos de Neusa se cruzaram, direta e indiretamente, com duas pessoas  que me são muita queridas, minha filha Isabel Favilla  (flautista e fagotista) e minha sobrinha  Ana Carolina Favilla, arquiteta urbanista. Isso porque Neusa,  foi casada com Carlinhos (já falecido),  professor e diretor da Escola de Música de Brasília, pai de seus três filhos, e fazer parte do corpo docente da UnB.

Ela se lembrou, inclusive,  do excelente trabalho final de graduação, apresentado por Carol, e toda a polêmica que despertou. É que minha sobrinha, com o apoio da professora orientadora  ousou dar uma destinação integrada à Rodoferroviária de Brasília, projetada pelo "deus" Niemeyer. A banca se dividiu, a polêmica se instalou e eu, que estava ali na plateia, tive que me segurar pra não dar um escândalo tantas as bobagens que eu ouvi. O importante é que o trabalho de Carol jamais será esquecido e um dia lhe farão justiça

Arroz com aletria e nozes
Mas voltando à Neusa. trata-se também de uma cozinheira de mão cheia. Fiquei sabendo que o almoço de Páscoa na casa da filha de Memélia foi levado pronto por ela e o marido, o pai de Cristina: pernil de carneiro e arroz com aletria e nozes (mais adiante dou a receita que ela gentilmente me passou). Uma filha de mãe judia,especialista em comida árabe. Pessoa interessante essa Neusa,não é mesmo? Claro que marcamos novos encontros para falar um pouco de tudo ou muito de pouco.
                                                 
Então, neste post agradeço à querida Memélia  ter me apresentado tão interessante e boníssima pessoa. Aproveito também para dizer como é interessante conviver com essa amiga que vive tão bem aqui,  como em aldeias indígenas, às margens do Araguaia, no Rio de Janeiro de frente pro mar, em Paris, ou em Orlando,Flórida, com o marido, em um condomínio entre as franjas da Minie. O mundo é a praia de Memélia e seu modo de vestir espelha isso. Olhem só!!!

Luxuoso anel africano, esqueci de que país. Sorry!

Luxuosa pulseira africana, de outro país, combinando com relojinho do Minie
 Gente, essa bolsa não é simplesmente demais!


E para deixar o nosso Domingo de Páscoa ainda mais feliz,  olha só quem apareceu,sem combinarmos, no Fellini, a querida Graça Ramos, com o marido Benjamim e amigos.  Graça começou  conosco no jornalismo. Depois se enveredou pelas Artes Literárias e Plásticas. É especialista em Machado de Assis e foi curadora da recente exposição da amiga fotógrafa Graça Seligman, no Museu da República: China - Um olhar estrangeiro.

Receita do Arroz da Neusa

Três ou quatro ninhos de macarrão cabelo de anjo (menos da metade de um pacote de 500g)
Duas xícaras de arroz
Óleo para fritar o macarrão ( dois dedosa partir do fundo da panela é o suficiente)
Uma xícara de nozes picadas.


Modo de Fazer
Quebrar os ninhos de macarrão com as mãos e fritá-los o macarrão até que fique bem marronzinho.
Pode fritá-lo de véspera, tirá-lo com uma escumadeira e deixá-lo escorrer em papel toalha, já que absorverá  quase todo óleo. Trocar de papel quando o grosso do óleo estiver escorrido.
Fazer o arroz normalmente com azeite e cebola (pequena) cortada.
Usar 4 xícaras de água quente para as duas de arroz. 
Quando o arroz estiver quase seco misturar a aletria e as nozes picadas.                                                     

sábado, 23 de abril de 2011

"Com Brasília no coração, epopeia surgiu do chão, o candango sorriu feliz, símbolo da força de um país..."

por Cris Lopes

Foi ouvindo músicas da Neusa França que aprendi a amar Brasília. Isso nos anos 60, eu ainda na Escola Classe, muito antes de ir estudar no Rosário e conhecer  as irmãs dominicanas . Hoje, 51 anos depois, tive a boa idéia de chegar no dia do aniversário da cidade que por todos os lados nos mostra a linha do horizonte e o céu mais maravilhoso que conheço.

Cá estou navegando em mil compromissos familiares e me virando para conseguir tempo para os amigos, tanto os que conheço de longa data, como os virtuais que já fazem parte da minha vida. Uma delícia chegar no meio de uma tarde ensolarada, deixar as malas no mais ou menos Hotel Phenícia e correr com marido e filho para a Torre comer acarajé e ver as novidades.

Comida de barraca da Feira da Torre de TV: tudo de bom!
 A feira é como qualquer uma deste Brasil, não vi novidades, mas gente, vou confessar, adoro comer naquelas barracas. Feita minha primeira vontade, fui para a segunda. Comemorar o aniversário da capital comme Il faut: na Esplanada, assistindo os shows, comendo churrasco-de-gato (assim chamamos no Rio), bebendo água e muito feliz. Estávamos, Marco e eu, com uma de minhas irmãs e cunhado. Vico e Wladi. Gente de primeira linha. Para arrematar a noite, ganhei o livro-CD da Sinfonia Monumental: Hamilton de Hollanda Quinteto e Orquestra Brasilianos. Poderia ser melhor?
                                                   
Acarajé mande in Brasília!
                                                           
A sexta-feira  foi dedicada à tia Ondina e família e não poderia ser diferente. Bacalhoada, bom papo e já combinamos como será o Natal no Rio. Se não chover, o que eu duvido, será na cobertura do prédio onde moro, caso contrário, será no apartamento mesmo. Vamos unir minha família e a do Marco em torno da senhorinha Ondina.

Voltemos a Brasília. Ontem, vi um por do sol de dar inveja ao pessoal que fica no Arpoador apludindo a belezura. Aqui da janela do apartamento do hotel tenho este privilégio, mas juro gente na próxima ficarei nos hotéis de sempre, nada de variar. O bom aqui é a localização.

Este sábado  e domingo serão dias dos filhos e do neto. Não abro mão de passar a Páscoa com eles e comer churrasco feito pelo Alexandre. No mais, pouco tempo e muita coisa para ser resolvida com rapidez.

Nota da Editora: 
  • A pianista e compositora Neusa França, autora de um dos hinos à Brasília, foi minha professora no, então, Ginásio do Setor Leste (L2 Sul), quando  aqui cheguei com meus pais em 1964. Com ela aprendi a cantar a cidade. Ela nos ensinou o hino em várias vozes. Jamais me esquecerei dessa querida professora. 
  • As fotos deste post foram pescadas do blog Retirante

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Brasília é uma canção no coração do Brasil

Por Tonicesa Badu


quando cheguei, olhei, perguntei: cadê?
seus muros, esquinas,
ruas e vielas, moças nas janelas?
quando te conheci eu sofri....
                                         
                                                        
          
geo métrica socialista de poetas utópicos
serenatas mineiras no planalto central do país
necessário delírio que um visionário quis.
brasília, menina, meu bem!

seus vazios enchem minh’alma,
seu silêncio vem pedindo pr’eu cantar
chuva de verão, nuvem, viagem, chão
o cerrado é seu mar...

sim, eu vi quando comecei a te amar...




                                                                      
ah, maravilha!
o imenso redondo do céu que brasília tem,
quem caminha pelos seus longos verdes
conhece os segredos que só ela tem.

e enquanto poderosos por aqui
hipocritamente vão e vem,
brasília:
morada que toda gente brasileira tem!


                                                                   
 essas águas... das quebradas...
sopra vento...
nessa goianas roças
onde encontrei meu amor.

sim eu sei, “cê” custou pra chegar
em mim você chegou pra ficar
assim, da-da-da-da-da.....
brasília

Saiba mais sobre o músico e poeta

Tonicesa Badu, natural de Goiânia, é cantor, compositor, arranjador, violonista, diretor musical, professor. Músico de formações diversas, cresceu assistindo Folias, Congadas e Catiras que passavam pelas ruas de Goiânia, então uma cidade interiorana, embora capital de estado. Ao mesmo tempo, participava como intérprete das apresentações de música erudita do conservatório de música da cidade. 

Assim tomou contato com o Choro, a Valsa, o Samba, a Bossa Nova, a Tropicália, a Jovem Guarda, a música caipira, a música nordestina, os mineiros. E também o Rock, o Blues, o Jazz, o Soul, a música Pop. O experimentalismo acústico e eletrônico. Na música clássica, principalmente Villa Lobos, Chopin, Debussy. Hoje são vertentes que formam o universo sonoro de Tonicesa Badu


Já  dividiu o palco com grandes músicos de renome nacional e internacional, como Gilberto Gil, Tim Maia, Martinho da Vila, Carmen Costa, Xangai, Boca Livre, Sá e Guarabira, Jorge Mautner. Em estúdio, teve o privilégio de gravar com Oswaldinho do Acordeon, Lula Galvão, Paulo André, Hamilton de Holanda, Fernando César, Nema Antunes, Marcos Brito, Cacau, Leander Motta, Fernando Machado, Renato Vasconcellos, Erivelton Silva e outros. 

No trabalho de Tonicesa Badu  a tônica é a simplicidade. O canto afro-soul-brasileiro de Badu busca sintonia com o que há de melhor na música brasileira: a herança indígena, européia, africana e norte americana, imprimindo climas de alegria e energia, numa proposta cujos principais objetivos são o prazer e o entretenimento da plateia. 
Fonte: Site do Clube do Choro de Brasília 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Para celebrar Brasília

Por *Eduardo Balduino 

Eu gosto muito de Brasília. Estou aqui desde 1972, mas freqüento a nova capital desde 1960 – meu pai foi da primeira turma de fiscal de Imposto de Consumo daqui. E gosto muito do Plano Piloto original, de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer; não sou daqueles que criticam o projeto só porque Brasília cresceu demais. Até porque, mesmo hoje se as pessoas, se nós, seguíssemos muito daquele planejamento, teríamos mais qualidade de vida.


                                                           
Para comprovar minha tese e em homenagem aos 51 anos desta cidade de todos os brasileiros, tomo a liberdade de fingir ser o administrador de Brasília durante esses preparativos para a grande festa.
A primeira coisa que eu faria seria convidar todos para um passeio pela idéia das Unidades de Vizinhança. O conceito é perfeitamente adequado para os dias de hoje, especialmente para tirar um bom bocado de carros das vias pelo menos das asas Sul e Norte. Esse era o ideia – andar a pé na sua Unidade de Vizinhança.

Para isso, Lúcio Costa, aproveitando idéias já formuladas (**), estabeleceu as Unidades de Vizinhança de Brasília com quatro superquadras residenciais, servidas por três vias de comércio local, pelo menos uma igreja, uma escola-parque, um cinema e um clube sócio-recreativo.

Eu sempre morei na única Unidade de Vizinhança completa de Brasília, a número 1, que engloba, na Asa Sul, as SQS 105, 106, 107 e 108 e as 300 equivalentes. Aliás, ela nasceu praticamente completa, só a SQS 307 que foi construída mais tarde.

Aqui nós temos o Clube da Vizinhança, a Igrejinha, a Escola Parque 307/308. Temos as vias de comércio local 304/305; 105/106; 306/307; 107/108; e 308/309. Com padarias, farmácias, armarinhos, supermercados, açougues, bares, restaurantes. Ou seja, o básico para suprir as necessidades do dia a dia e, importante, sem precisar usar o carro, especialmente depois do advento das faixas de pedestres.

As distâncias a serem percorridas aqui vão de 500 metros a, no máximo, um quilômetro.Você vai ao Parque da Cidade e vê, todos os dias, milhares de pessoas caminhando por trechos muito mais longos. Um pouquinho só dessa saudável disposição na hora de comprar o pão, por exemplo, e já teríamos menos carros e menos poluição e menos engarrafamentos.

Ora, dirão acusando-me de utópico: hoje as vias de comércio local são segmentadas... É e não é verdade. São segmentadas sim, mas todas tem o comércio básico, além de sua especialidade. Então... Então, o problema é outro e aí viria a minha segunda, e talvez maior, ação como administrador. Eu faria uma grande campanha – seria a única despesa um pouco maior, viu governador Agnelo Queiroz – para desenvolver o bairrismo por Brasília.
Rua da Igrejinha e entorno, em 1960, antes da inauguração da cidade
                                                      
A Rádio Nacional FM – outro motivo de orgulho nosso, pois tem, a meu ver, o melhor programa do rádio brasileiro, “Memória Musical”, de Bia Reis – já faz um excelente trabalho nesse sentido, tocando, em sua grade normal de programação, músicas de autores brasilienses e que declaram amor a Brasília – no que Rio e Bahia são exemplos emblemáticos.
O que acontece é que o brasiliense não é suficientemente barrista. Ele gosta de Brasília, mas vive fazendo a impossível comparação com as outras cidades brasileiras, onde nasceram os pais de quem já nasceu aqui. Em uma de suas acepções, bairrismo significa amor pelo bairro, é literal: amor pela sua cidade.
                                    
Caminhos de Brasília - Entrequadras
Só para se ter uma idéia da importância do bairrismo, a Semana de Arte Moderna de 22 nasceu de um movimento bairrista dos paulistas contra a supremacia cultural do Rio de Janeiro (***). E deu no que deu.
Não devo radicalizar, em homenagem à cidade e pelo “cargo que ocupo”. Muita gente gosta de Brasília, de sua qualidade de vida. Mas, não se preocupa em lembrar que temos a maior proporção de verde por habitante, por exemplo. Porque falta o bairrismo, que exaspera as qualidades.
Como não sou o administrador de Brasília, volto à condição de simples morador e amante desta cidade, para oferecer meu bairrismo como presente de aniversário. Até porque, se o brasiliense fosse realmente bairrista, ele ajudaria mais a resolver os diversos problemas que temos na cidade, a começar pelo número desnecessário de carros nas nossas vias.


* Jornalista, goiano. Meu pai, José Balduino de Souza, era Chefe da Casa Civil do governador José Ludovico de Almeida, de Goiás – cujo vice era Bernardo Saião –e redigiu, em 1957, o decreto de desapropriação do quadrilátero onde se fincou o Distrito Federal. Uma forte razão para eu ser um candango bairrista. 

** O professor e arquiteto Vicente Quintella Barcelos, da UnB, tem um mais que aconselhável trabalho sobre as Unidades de Vizinhança. 

*** A professora Maria Inez Machado Borges Pinto, da USP, em artigo para a revista História Brasileira, (número 42, de 2001) Urbes industrializada: o modernismo e a paulicéia como ícone da brasilidade, mostra como o bairrismo foi uma das forças motrizes da Semana de 22.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Agora sei porque índio não quer só apito!!!



Maty Taperê

Está difícil para mim , um mito da Floresta, pra ela retornar depois de minhas peripécias por Brasília acompanhando pessoas do @cafeveneno e @cafeconversa., abduzido que fui pela xamã Memélia Moreira, em visita anual  à cidade. São incansáveis, nas pernas (como andam!) , na língua (como falam!) e no estômago (como comem!). Se não fosse o meu dom da ubiquidade dificilmente estaria aqui fazendo tal relato a vocês.

No sábado,16, tive o privilégio de acompanhar o @cafeconversa e o @cafeveneno à reunião promovida por um dos mais queridos casais de Brasília: Milton e Graça Seligman
                                                                    
Esse séquito da minha querida xamã, Memélia,  ama o belo, a boa comida, a boa bebida e principalmente um bom papo. Por mais que eu ame os Povos e Bichos da Floresta tá me dando uma preguiça enorme de retornar. E olhe que  posso retornar por conta própria, na velocidade maior que  a do vento mais forte. Não preciso entrar em aviões desparafusados da TAM ou da GOl , nem enfrentar fila de embarque e de banheiro nos aeroportos.

O bom é que a maior parte do bate-papo ocorre no atelier da Graça, projeto de Manuela, a filha mais velha da jornalista Eliane Catanhede.

Graça explica para Mariazinha seu processo de criação. Fotografou lugares conhecidos da China e também pequenos objetos (souvenirs) como caixas-de-fósforos, pentes, caixinhas e estojos e transportou essas fotos para tecidos e luminárias.

Quem foi teve o privilégio de ver o arquivo de fotos de Graça, incluindo as feitas em comunidades indígenas. Tudo a regado a bom vinho e deliciosas comidinhas.

Nesta luminária, que apelidei de kama Sutra,o resultado da foto do interior de um estojo

A Clara aproveitou o evento para entregar à Graça encomenda do Cesar Valente: CD com vídeo do Felipe Sigmaringa (repórter Folha)  e da Marta  Valente (mora hoje  na Escócia)brincando quando pequenos.

Luminária com detalhe estilizado do Viaduto do Chá (SP)



Memélia, a irreverente, ganhou boneca (artesanato pernambucano) de Graça e pousou com chapéu que a amiga trouxe do Vietnã
Maurício, Ruth Simões (escondida), Graça e Carmensita
Bibelô chinês (Mao já morreu mesmo!)
Aqui você vê melhor!
Mariazinha e Graça e a luminária com vestuário chinês tradicional

Clara e a cunhada perfeita, Sueli
"Beija, beija, que eu gosto!!!"

Penha e Ricardo: beija eu, beija eu!!!
Como diria meu ex-amigo Lula depois de viver na Corte do Planalto, difícil retornar às origens. Inda mais agora, que tenho um Ipad e um  Iphone  últimos modelos, que afanei de um lobista esnobe, num piscar de olhos, quando resolvi conhecer, por conta própria, é bom que se diga (não pedi licença a ninguém do @cafeveneno ou do @cafeconversa) os vãos e desvãos da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes.E vou ficando por aqui. Aguardem mais notícias. Pelo menos enquanto minha xamã favorita Memélia Moreira, estiver em andanças pelos cerrados do Planalto Central, não terei mesmo saudades da Floresta.

E, pra terminar, essa foto lindinha do Maurício e Graça armando um quebra-cabeça

terça-feira, 19 de abril de 2011

A visita da velha senhora

Por Cris Lopes

Recebemos uma visita especial nos últimos dias.Tia Ondina,a que se tornou tia de todos nós. Recém-viúva, nos deu a honra de hospedar-se conosco. Veio com uma das filhas e o genro, que a trata carinhosamente por Didi.

Sempre me impressionei com a tia e seus noventa e tantos anos de vida, mas, a cada vez que a encontro, me encanto mais. Lindinha, elegante, altiva, mas supersimpática; e o mais interessante, rueira e boa compradora. Falou em sair para umas comprinhas no shopping, é a primeira a se animar e a consumir.

Podem ser vestidos, blusas, presentes, qualquer coisa que lhe chame atenção. Notei uma predileção enorme pelo roxo e lilás. Não perguntei o motivo, mas creio que é uma maneira de usar luto sem aquele peso do preto liso de antigamente. Os vestidos comprados eram todos floridos ou com desenhos em branco sujo, ou outra cor que não me lembro mais. A blusa, sim, era totalmente lilás, mas com um corte moderno, porém em harmonia com a idade.

É uma senhora vaidosa. Nos dias em que esteve aqui, em nenhum momento a vi sem unhas bem feitas, pés tratados, brincos, anéis... uma coisa que me fez pensar. Se eu tiver a graça de chegar aos noventa quero ser assim. Reconheço que, para, se manter como a tia , é necessária a presença de dedicação total das filhas e bastante votos de amor dos muitos sobrinhos. Parabéns, Ciça, Célia, Rayanna e Marco Túlio. Vocês conseguiram. Todos, com enorme afeto e carinho, ajudaram a nossa Didi a manter-se em alto astral, apesar dos percalços da vida.

Mesmo com amigas do norte hospedadas aqui em casa ao mesmo tempo, creio que consegui equilibrar e proporcionar à tia o tratamento merecido. Senti saudade assim que ela partiu de volta a Brasília. Ainda bem que em breve voltaremos a nos ver.

O que mais me impressionou nessa visita de velha senhora foi o fato de que ela ficou viúva há uns 15 dias. O casal Otto-Ondina acabara de romper uma vida em comum que contava 68 anos, entre quatro de namoro e 64 de casamento. Viviam que era uma graça. É claro, há momentos nos quais ela se abate, chora quieta em um canto, sente saudade de uma vida inteira, mas logo se ergue, levanta, toma um café e lembra-se que está viva e com ótima saúde. Sempre sem incomodar a mais alguém.

Amigas e amigos, sei que se trata de algo muito pessoal, mas, mas quem não tem ou teve uma tia Ondina em sua vida? Quem tem precisa valorizar. Por isso peço licença para homenagear essa pessoa linda e amada. Escolhi o blog Café&Veneno como veículo. Perdoem-me os que não apreciam muito casos de família, mas homenagens devem se feitas em vida.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Amor a frutos dourados e frutinhos vermelhos....

MatyTaperê

Só um ser iluminado como este que vos escreve neste momento, incansável, brincalhão e apreciador de pequenos males e bem feitos , para conseguir acompanhar as andanças  da mais  queridas das xamãs dos Povos das Florestas do Brasil e do Mundo, Memélia Moreira,  e de seus amigos jornalistas, sertanista, estilistas, fotógrafos, artistas plásticos, enfermeiras, médicos, senadores, deputados, motoristas, taxistas,  ministros de Estado e do Judiciário, o escambau a quatro.

Memélia, ao centro, com Maurício, Clara e Léo Mota
Parece que Dona Memélia nesta temporada pelos cerrados goianos e brasilienses, a partir de sucessivos convites de seus amados amigos, fez, como eles, do Cacahuá Brasil, 207 Sul, sua segunda casa.  

Por Nossa Senhora das Cataratas e das Pororocas, essa gente do @cafeconversa, @cafeveneno e @cartapolis é chegada a frutos dourados e a frutinhos vermelhos que depois de secos e processados mais os vários toques mágicos de chefs como Eliane Valadão, transformam-se em delícias  cremosas, sólidas e líquidas. Estou falando, se ainda não me entenderam, de chocolates e cafés.

O culpado por essa mania que explode em Brasília pelo Cahuá é o Badu. Como é sexta-feira e ele é mezzo goiano, mezzo baiano está de branco em homenagem a todos os Santos
Eram cinco os convivas, e os cinco pediram, no almoço da última sexta-feira, 14 de abril,  bacalhau do Porto. As sobremesas variaram entre cheesecake e tortas como a de nozes pecã, devorada pela Clara. No almoço, o Léo foi o contador de histórias. Ouvi tudinho, mas não vou reproduzi-las porque envolvem muita fofoca política e traquinagens. Quem sabe o Léo se anima e conta ele mesmo aqui.


Acreditem! Já no sábado , 16, à tarde, parte da turma do @cafeveneno e @cafeconversa estava novamente no Cacahuá em adoração ao fruto dourado.
Este templo ao chocolate está mais que preparado para agradar Povos das Florestas e das Cidades, nesta Páscoa!
Quem disse que uma criatura mito como eu, morante dos cafundós do Brasil também não gosta de brilhos e delícias em seu estado pós-selvagem? Amo!
Kassatti e Eduardo Badu estavam de anfitriões do grupo de Luluzinhas blogueiras de Brasília. As meninas também se encantaram com as delícias do @Cacahua_Brasil. A Clara estava ali de penetra e por isso não a fotografei com o grupo.
Ao final do encontro das Luluzinhas, Eliane Valadão, a mestre chocolateira de Brasília, brindou  a todos com uma rodada de trufas feitas em três diferentes mousses. Agora entendi porque esse pessoal se viciou em Cacahuá Brasil. E até mais! Vou em frente que atrás tem gente e pode ser o Curupira que por ter os pés virados a gente nunca sabe de onde vem. Só sabe que aparece. Epa, este chocolatinho é meu!